Novo trem entre Santos e São Paulo será mais rápido e pode gerar 13 mil empregos
Governo de SP divulga trajetos do Trem Intercidades entre Santos e São Paulo: projeto de R$ 15 bilhões promete revolucionar mobilidade no Estado
O Governo do Estado de São Paulo deu mais um passo rumo à concretização de um dos projetos mais aguardados pela população da capital e do litoral: o Trem Intercidades (TIC), que ligará a cidade de São Paulo à Baixada Santista. Com investimento previsto de até R$ 15 bilhões, o novo modal poderá realizar o percurso entre as duas regiões em até 1h30, promovendo uma revolução no transporte ferroviário de passageiros no Estado. A entrega final dos estudos está programada para o segundo trimestre de 2026.
A iniciativa foi oficialmente apresentada pela Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI), que revelou três trajetos em estudo, com distâncias variando entre 80 km e 130 km. A expectativa é que o novo trem beneficie até 1,8 milhão de pessoas e gere 13 mil empregos diretos e indiretos, além de representar um avanço importante para desafogar o atual sistema viário Anchieta-Imigrantes, principal ligação rodoviária entre a capital e o litoral paulista.
Projeto ganha força dentro do PPI-SP
A ideia de implantar um trem de média distância entre São Paulo e o litoral começou a tomar forma em fevereiro de 2024. Desde então, o projeto vem sendo estruturado com apoio técnico do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em maio de 2025, o plano foi aprovado pelo Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP), que viabiliza projetos de infraestrutura em parceria com a iniciativa privada.
A participação do BID garante à proposta uma robustez técnica e financeira, além de atrair potenciais investidores internacionais. Segundo a SPI, o envolvimento de organismos multilaterais reforça a credibilidade do projeto e aumenta sua viabilidade para o setor privado.
Três trajetos em estudo, com foco em eficiência e potencial econômico
Os estudos apresentados pela Secretaria de Parcerias e Investimentos incluem três alternativas de trajeto, cada uma com características distintas. O primeiro contempla o uso da via férrea da Serra do Mar, atualmente operada pela concessionária MRS. Essa opção utiliza o sistema em cremalheira, tradicional na ligação entre o Porto de Santos e a capital paulista, oferecendo a menor distância entre os pontos de partida e chegada. No entanto, depende de um acordo operacional com a MRS, que atualmente utiliza o trecho para transporte de cargas.
A segunda alternativa propõe uma ligação via Mongaguá, contornando a serra por uma rota com menor declividade. Essa opção se destaca pelo seu maior potencial de desenvolvimento econômico para a Baixada Santista, já que permitiria o surgimento de polos urbanos e comerciais ao longo da linha férrea. Dentro dessa proposta, os estudos consideram dois pontos de partida na capital: a Estação Pinheiros, na zona oeste, ou um traçado paralelo à faixa de domínio da Rodovia dos Imigrantes (SP-160).
A terceira proposta, ainda em estágio preliminar, estuda um trajeto híbrido que combine trechos da atual malha ferroviária com novas extensões. O objetivo é equilibrar custo, viabilidade técnica e impacto ambiental.
Impactos sociais e econômicos esperados
De acordo com projeções do Governo do Estado, o Trem Intercidades trará benefícios significativos para os usuários e para a infraestrutura de mobilidade do Estado. O transporte ferroviário de passageiros proporcionará uma alternativa mais rápida, segura e sustentável ao deslocamento entre São Paulo e o litoral, reduzindo a dependência do transporte rodoviário e mitigando os impactos causados pelo excesso de veículos no Sistema Anchieta-Imigrantes.
Além disso, os impactos socioeconômicos também serão expressivos. A expectativa é que o projeto gere cerca de 13 mil empregos, tanto na fase de obras quanto na operação e manutenção da linha. A chegada do trem deverá ainda impulsionar o setor imobiliário, o turismo, o comércio e a prestação de serviços nas cidades atendidas, especialmente na Baixada Santista.
Próximos passos e cronograma
Com a aprovação do projeto no PPI-SP e a apresentação dos primeiros estudos, o cronograma do TIC já está definido. A conclusão técnica dos levantamentos está prevista para o segundo trimestre de 2026. Em seguida, no terceiro trimestre do mesmo ano, serão realizadas consultas e audiências públicas, permitindo que a sociedade civil, especialistas e representantes dos municípios possam participar do processo.
No quarto trimestre de 2026, está prevista a publicação do edital de concessão, que abrirá caminho para o leilão do projeto, agendado para o segundo trimestre de 2027. A assinatura do contrato com a concessionária vencedora deve ocorrer no terceiro trimestre de 2027, marcando o início efetivo da implantação do Trem Intercidades.
Visão estratégica e integração regional
A implantação do TIC entre São Paulo e Santos faz parte de uma estratégia maior do Governo do Estado para ampliar a malha de transporte ferroviário regional. O projeto complementa outras linhas do Trem Intercidades que já estão em andamento, como as ligações entre São Paulo e Campinas, Sorocaba e São José dos Campos.
A integração entre as regiões metropolitanas paulistas por meio de trens rápidos e confortáveis é vista como um passo fundamental para descentralizar a economia, reduzir o tempo de deslocamento diário e aumentar a qualidade de vida da população. O projeto entre a capital e o litoral é considerado o mais desafiador tecnicamente, mas também o mais emblemático em termos de impacto.
Desafios e expectativas
Apesar do entusiasmo em torno do TIC, o projeto enfrenta desafios importantes. A complexidade geográfica da Serra do Mar, a necessidade de compatibilizar o transporte de carga com o de passageiros e os altos custos envolvidos exigem um planejamento minucioso e uma articulação eficiente entre poder público e iniciativa privada.
Ainda assim, especialistas apontam que o investimento é justificável diante dos benefícios a longo prazo. A redução do tempo de deslocamento entre São Paulo e Santos para apenas 1h30 pode transformar radicalmente a dinâmica entre as duas regiões, promovendo um novo ciclo de desenvolvimento para o litoral paulista.
Conclusão
Com um investimento estimado em até R$ 15 bilhões e um cronograma estruturado até 2027, o Trem Intercidades entre São Paulo e Santos representa um marco para a mobilidade urbana e regional do Estado. Além de reduzir o tempo de viagem e gerar empregos, o projeto é uma promessa de integração e modernização do transporte público, promovendo crescimento sustentável e novas oportunidades para milhões de paulistas.
eja mais notícias em nosso Blog
